Suplementos alimentares são benéficos para a saúde?

O número de consumidores destes produtos entre os americanos não para de crescer, embora a validade científica destes produtos continue questionável

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Por Jason Millman
Atualização:

As vendas anuais da indústria de suplementos alimentares nos Estados Unidos registraram um aumento superior a 100% em relação à década passada, chegando a 13 bilhões de dólares, embora a validade científica destes produtos continue questionável. Novos dados oficiais divulgados recentemente mostram que o número de consumidores destes produtos entre os americanos não para de crescer.

Suplementossão mais populares do que uma ampla variedade de métodos alternativos que visam melhorar a saúde Foto: Smiley Creek/ Creative Commons

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Em 2012, 17,7% dos adultos usaram suplementos não vitamínicos, não minerais, o que os tornava o método "natural" mais popular para melhorar a saúde, segundo um novo relatório dos Centros para o Controle e Prevenção de Moléstias (CDC). Portanto, eles são mais populares do que uma ampla variedade de métodos alternativos que visam melhorar a saúde, inclusive os exercícios de respiração profunda - o segundo mais popular, com 11,6% - como ioga, meditação, tratamento quiroprático, homeopatia e outros.

O CDC, na sigla em inglês, afirma que os benefícios dos suplementos alimentares para a saúde continuam ocupando o mesmo lugar na classificação das estratégias alternativas de cuidados com a saúde desde 2002 e 2007, as duas últimas vezes em que o CDC estudou este tópico.

Os americanos gostam particularmente de óleo de peixe. O seu consumo entre os adultos aumentou de 4,8% s, em 2007, para 7,8% em 2012.

Os suplementos à base de óleo de peixe funcionam?

Segundo o CDC, algumas pesquisas sugeriram que estes suplementos, uma indústria de mais de 1 bilhão de dólares, podem ajudar a proteger a saúde do coração e da mente, mas "seus benefícios não são bem conhecidos". Na realidade, no ano passado, novos estudos questionaram se o óleo de peixe - fonte de ácidos graxos ômega-3 recomendados pelos nutricionistas - previnem de fato doenças cardíacas como afirmam. O CDC concluiu também que aumentou o número de adultos americanos que tomam suplementos de melatonina, para supostamente aliviar o problema da insônia, e de probióticos e prebióticos para a digestão.

Ao mesmo tempo, de acordo com uma segunda pesquisa do CDC, 4,9% das crianças entre os 4 e os 17 anos tomam estes suplementos. O que não chega à mesma taxa dos adultos, entretanto os suplementos ainda são mais populares do que qualquer outro método alternativo de tratamento de saúde neste grupo etário.

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O CDC aconselha cautela também neste caso: "Pouco se sabe sobre os possíveis benefícios ou efeitos adversos dos suplementos não vitamínicos, não minerais nas crianças". A taxa de crianças que usam um suplemento para tratar de um distúrbio de saúde diminuiu de cerca da metade de todos os usuários em 2007, para 35,5% em 2012, segundo o CDC.

A Academia Americana de Pediatria afirma que os suplementos podem ser importantes para algumas crianças, mas que deveria ser consultado um médico antes de usá-los. Entretanto, uma pesquisa patrocinada pelos NIH em 2013, sobre crianças que usavam suplementos alimentares sugere que isto ocorre raramente - somente 15% dos suplementos usados por crianças foram recomendados por um médico ou um serviço de saúde.

Tradução de Anna Capovilla

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