Sete erros graves no cuidado com as lentes de contato

Manutenção, limpeza e uso das lentes são assuntos sérios; saiba como evitar contaminações

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Por Luiza Pollo
Atualização:
Compartilhar lentes de contato é um dos erros mais perigosos Foto: Steve Hebert/New York Times

Rígida ou gelatinosa, de uso prolongado ou diária, cada lente de contato tem cuidados específicos que devem ser tomados todos os dias. No entanto, na hora da pressa, por descuido ou falta de informação, muitos pacientes acabam cometendo alguns erros graves. Para esclarecer dúvidas e ajudar a solucionar esses problemas, o E+ conversou com o oftalmologista Cleber Godinho, membro da Sociedade Brasileira de Oftalmologia e presidente da Sociedade Brasileira de Lentes de Contato, Córnea e Refratometria (Soblec). Veja a seguir os erros mais comuns no uso de lentes de contato:Usar as lentes por mais tempo do que o indicado “A lente começa a degenerar assim que você coloca no olho”, afirma Godinho. Por isso, não adianta querer economizar: jogue as lentes fora no prazo, mesmo que ainda não estejam incomodando. “Primeiro o paciente consegue usar a lente gelatinosa de um mês por dois meses. Aí joga fora. Da próxima vez, só vai aguentar 45 dias. Depois, um mês. A tolerância vai diminuindo porque o próprio olho começa a ter problemas”, explica. “Quando a lente começa a incomodar, ela já passou todas as barreiras”, completa. Se a lente é usada além do prazo, pode começar a juntar resíduos que impedem a passagem do oxigênio. “Isso enfraquece a córnea, pode levar a edema, infecção, ou até úlcera de córnea”.Passar maquiagem na parte interna dos olhos Maquiagem só na parte externa dos cílios e nas pálpebras, indica Godinho. “Quando você passa algum produto na parte interna, pode entupir as glândulas lacrimais”, explica. Isso pode resultar em inchaço e inflamação.Não higienizar as lentes de forma correta “A lente gelatinosa contém água. Ela pode contaminar, adquirir elementos, bactérias que podem ficar na estrutura dela. A limpeza é de importância capital para que isso não aconteça”, afirma o oftalmologista. É essencial sempre lavar as mãos antes de tocar nas lentes e seguir à risca as recomendações do fabricante. Além disso, use sempre solução própria para o seu tipo de lentes de contato. Para os menos cuidadosos, o melhor mesmo é usar lentes com validade de apenas um dia, assim há menos chances de acúmulo de sujeira.Guardar as lentes na água Godinho afirma que as lentes de contato nunca devem ser guardadas em água, nem higienizadas com ela. “Pode ocorrer contaminação por uma ameba ou protozoário, por exemplo, e levar a uma infeção seríssima, com dor intensa nos olhos”. Em casos emergenciais, o melhor mesmo é usar soro fisiológico. “O recomendado é o soro em ampola, de uso único. Aquele de um litro, que fica guardado na geladeira, não tem conservantes e pode contaminar”, alerta o oftalmologista.Não trocar de estojo com a frequência necessária Você pode até limpar direitinho as suas lentes, mas ainda pode correr riscos sérios de infecção se não trocar o estojo regularmente. O oftalmologista recomenda substituí-lo a cada três meses.Comprar lentes sem antes ir ao oftalmologista Quem usa óculos e já conhece seu grau, muitas vezes resolve arriscar e comprar lentes de contato. Godinho alerta que a transição deve ser feita com acompanhamento médico. “Não pode simplesmente comprar na ótica. Você tem que fazer o teste com a lente - pode ser que um tipo não seja apropriado para você. Depois disso, quando o médico determina a lente certa, é preciso fazer acompanhamentos periódicos”, afirma. Compartilhar lentes com outras pessoas “A coisa mais grave que algumas pessoas fazem é compartilhar as lentes de contato”, afirma Godinho. O oftalmologista explica que isso acontece com frequência com lentes coloridas. “Tem paciente que relata que vai ao salão fazer maquiagem e o maquiador oferece lentes coloridas como parte da maquiagem”, conta. Melhor desconfiar e nunca usar lentes que não foram compradas por você, com o devido acompanhamento médico. A transmissão de bactérias pode causar problemas gravíssimos, de alergias a infecções.

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