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Ingestão de água deve variar conforme as particularidades humanas

Fatores como peso, idade e rotina estão diretamente relacionados à hidratação ideal recomendada para cada pessoa

Por Camila Santos
Atualização:
“O básico é que qualquer adulto consuma, em média, 35 mililitros por quilograma”, destaca médico Foto: Petras Gagilas/ Creative Commons

É comum encontrar pessoas que, em meio à correria, passam muito tempo sem beber água ou alegam que ingerem o líquido em pequenas quantidades por não sentir sede. Contudo, o corpo humano é composto por uma parcela considerável desta substância: aproximadamente 75%. Diante disto, a hidratação é primordial por contribuir para a regulação das funções do organismo, além de ser benéfica aos elementos físicos externos, como unhas e cabelos, por exemplo, já que auxilia na eficácia do transporte de nutrientes às células.

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Em entrevista ao programa Rota Saudável, da Rádio Estadão, Francisco Alionis Neto, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, esclareceu dúvidas sobre orientações divergentes a respeito de quantos copos de água devem ser ingeridos por dia. “O básico é que qualquer adulto consuma, em média, 35 mililitros por quilograma”, destaca o médico. Seguindo este raciocínio, um indivíduo que pese 70 quilos deve tomar cerca de três litros de água diariamente. Por outro lado, Alionis Neto ressalta que essa definição também está relacionada a fatores característicos que compõem a vida de cada um. Deve-se considerar a faixa etária e o nível de atividade do individuo para realizar este cálculo. “Quem é jovem e mais ativo, possui uma necessidade maior do que aqueles que já têm um pouco mais de idade e são sedentários”, afirma.

Quanto à substituição da água por bebidas diversas e alimentos aquosos, como a melancia, o profissional explica que o resultado é positivo, porque a importância maior está ligada à quantidade significativa de líquido que os compõem. “Pode-se citar o café, que mesmo com a presença de cafeína, estimulante para o sistema nervoso, respiratório e cardíaco, contém água. Entretanto, nem todas as bebidas contribuem para a hidratação humana: "Os refrigerantes gaseificados têm uma concentração muito alta de sódio e potássio, exigindo maior ingestão de água para eliminação do excesso destes elementos”, argumenta o médico. Sendo assim, é aconselhável que se dê preferência às opções naturais.

De acordo com o especialista, as pessoas que não ingerem a quantidade recomendada de líquidos podem ser vítimas de danos a curto e longo prazo. “Em um primeiro momento, há o aumento da secura das mucosas da boca e a diminuição de lágrimas.” Com a evolução do quadro de desidratação, há propensão ao surgimento de dificuldades ligadas ao ressecamento da pele, surgimento de cálculos renais, perda de cabelo e dores musculares mais intensas. Mesmo que a tonalidade da urina seja comumente associada ao nível de hidratação, o profissional alerta que nem sempre esta proporção está correta. “Os pacientes que fazem uso de medicamentos podem ter alguma coloração irregular na urina. Este conceito é ideal para quem não possui nenhuma doença”, pontua.

Apesar de ser essencial para a saúde, em alguns casos, beber água em excesso ocasiona consequências negativas ao organismo. “A ingestão, a partir de sete litros por dia, pode levar a problemas neurológicos, edemas cerebrais e redução do sódio”.Mas, se o paciente for praticante de atividades físicas regulares, a reserva hídrica deve ser ampliada para dissipar o aumento da temperatura corporal: “Alguns maratonistas chegam a tomar 7 litros durante uma prova”, conclui Alionis Neto.

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