Falta de informação é a principal dificuldade no período de menopausa

Estudo busca entender como mulheres entre 40 e 65 anos lidam com essa fase da vida

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Por Fábio Rossini
Atualização:

A falta de informação sobre a menopausa ainda é a maior dificuldade encontrada pelas mulheres de 40 a 65 anos. O pensamento equivocado foi resultado da pesquisa Femme Survey realizada no Brasil e no México pelo Instituto Harris Interactive, encomendada pela Pfizer. No total, foram mais de 900 entrevistadas. O diagnóstico só é feito após o período de 12 meses sem menstruação.

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Segundo a análise, menos de 5% do público feminino se preocupa com o período. Os principais sintomas, causados pela falta de estrogênio e ausência dos ciclos menstruais, são: ondas de calor (fogachos), insônia, sudorese e ressecamento vaginal, afetando também o psicológico e a qualidade de vida. O estudo mostra que 44% das brasileiras consideram as ondas de calor como o sintoma que mais incomoda e 58% apontam este sintoma um dos principais motivos para procurar um médico.

Os dados devem deixar as mulheres mais alertas sobre o assunto, segundo Eliana Aguiar Nahas, ginecologista e professora do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Botucatu da Unesp. "Para enfrentar esta etapa, que trará percepções diferentes para cada paciente, a mulher deve estar bem informada e assessorada pelo seu médico ginecologista, que deve ser o seu maior aliado. A fase pode causar uma mudança de comportamento inesperada se ela não estiver preparada emocionalmente", alerta.

De acordo com o resultado do estudo, 25% das brasileiras que já estão vivenciando esse ciclo admitem que a experiência é pior do que esperavam e 17% das mexicanas afirmaram que se sentiram menos femininas.

Aliviar os sintomas. Para vivenciar o período sem maiores preocupações, é recomendado praticar atividades físicas regularmente, abandonar o tabaco (no caso das fumantes), não abusar de bebidas alcoólicas e manter o peso com uma dieta adequada. Algumas mulheres afirmam que a temperatura do corpo aumentou após a menopausa e que o stress e a ansiedade ajudam na aparição dos sintomas, que podem ir e voltar. 

Também é recomendado manter bons hábitos de sono, limitar o uso de alimentos industrializados e evitar gorduras saturadas. Alimentos naturais como a soja e seus derivados, atum, aveia e linhaça podem ajudar.

Com a evolução da medicina, atualmente é possível escolher um tratamento, se necessário. A terapia mais comum é a reposição hormonal, indicada para pacientes que não tenham contra-indicação aos medicamentos. Porém, a reposição não é adequada para pacientes obesas, diabéticas, com câncer de mama, que já tiveram doença grave do fígado ou com problemas de coagulação. A terapia hormonal pode ser feita por meio de estrogênios naturais (extraídos de substâncias animais) ou sintéticos (produzidos em laboratório).

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Cada paciente deve ser tratada de forma individual, pois cada uma pode reagir de forma diferente aos medicamentos. "O tratamento deve ser iniciado no começo da menopausa, período em que os benefícios superam os riscos, e deve continuar até 55 a 60 anos, de acordo com a avaliação médica", conclui Eliana.

Atualmente, a menopausa não é mais interpretada como um incômodo, tudo por causa da maior orientação médica. Inclusive, algumas mulheres afirmam passar pelo melhor momento da vida seguindo o tratamento indicado pelo ginecologista.

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