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Cevada: conheça os benefícios do alimento para o organismo

Antes encarado apenas como matéria-prima da cerveja, grão invade rotina alimentar de quem busca uma vida mais saudável

Por Lucca Rebelato
Atualização:

Há alguns anos, a cevada somente era conhecida pelo brasileiro como um ingrediente da cerveja. O grão, em sua forma integral, somente era utilizado para a produção de rações animais e o consumo humano ficava restrito a algumas dietas vegetarianas.

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Ultimamente, no entanto, o panorama mudou. Com a tendência no consumo de produtos naturais aumentando, a cevada, ou ‘cevadinha’, como é conhecida popularmente, vem ganhando espaço na mesa dos brasileiros, que criaram receitas para utilizar a nova descoberta de diversas formas.

A nutricionista Andrea Zaccaro, especializada em fisiologia do exercício, explica que a cevada possui alto potencial energético. “O grão é rico em amidos, que são carboidratos com grande carga calórica. Além disso, é um alimento que fornece vitaminas do complexo B, que auxiliam na produção de energia, e diversas fibras para o organismo”, ressalta.

Para os diabéticos, a cevada também pode ser indicada como modo de substituição ao arroz, se preparada cozida. “Por ter uma absorção mais lenta, gera menor teor de glicose e tem menos chances de causar um pico glicêmico”, analisa Andrea.

A cevada também é rica em minerais, como o manganês e o selênio, que possuem função antioxidante e retardam o envelhecimento da pele. Em adição, segundo a especialista, o grão “possui altos níveis de betaglucana, também presente na aveia, que regula o intestino. Indiretamente, isso beneficia a pele, pois existe uma forte ligação entre intestino preso e o surgimento de acne”.

A dermatologista Samar Mohamad el Harati, do Hospital São Luiz, ressalta que as vitaminas presentes na cevada possuem fator de reconstrução. “Os complexos B e C, presentes no grão, possuem grande poder de regeneração para a pele. Por isso, o alimento é indicado para manter uma aparência mais jovem”, aconselha.

Além da ingestão, a dermatologista informa que o grão também pode servir para a pele em forma de cremes e cápsulas. “Qualquer pessoa pode utilizar a cevada, aliada a outros ingredientes, nessas duas fórmulas, normalmente encontradas em farmácias de manipulação”, diz Samar.

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Modos de Ingestão

A cevada pode ser introduzida no cardápio dos brasileiros de várias maneiras. O grão integral pode ser consumido cru ou cozido, formas que mantêm as propriedades nutritivas do alimento. “A cevada cozida pode ser ingerida como substituta para o arroz ou juntamente com saladas, por exemplo”, sugere Andrea.

Outra forma de cevada comumente encontrada nos mercados de produtos naturais é em farelo, que pode entrar na alimentação diária no lugar da farinha de trigo.

Um método de consumo do produto que ganhou visibilidade ultimamente foi o chá feito com o grão ou, em proporção mais concentrada, o chamado “café de cevada”. Entretanto, para a nutricionista, essa não seria a forma ideal de ingestão. “Depois de ferver e coar, a cevada perde muitas de suas propriedades. Alguns utilizam para substituir o cafezinho, mas o gosto deixa a desejar e eu somente indicaria aos viciados em cafeína, já que a cevada não a possui”, argumenta.

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Cerveja

Ao contrário do que muitos imaginam, a cerveja também conserva propriedades benéficas da cevada e pode fazer bem à saúde, desde que consumida com moderação. A dose ideal recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 250 ml diários para as mulheres e de 500 ml para homens.

De acordo com Andrea Zaccaro, “a cerveja comprovadamente reduz os níveis de LDL, o ‘colesterol mau’, e aumenta os de HDL, o ‘colesterol bom’. Além disso, os riscos de doenças cardiovasculares e respiratórias diminuem a partir da ingestão moderada da bebida”, avalia. “Também possui altos níveis de antioxidantes, presentes tanto na cevada quanto em outros componentes, como o lúpulo”.

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Entretanto, a cevada consumida juntamente à bebida não traz benefícios específicos para a pele. Para Samar el Harati, “a quantidade do grão presente na cerveja é relativamente pequena se comparada à presença do álcool. Nesse caso, o nível alcoólico, prejudicial à pele, prevalece”, alerta a dermatologista.

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