As dietas e o temido efeito sanfona

O ganho do peso perdido em um curto período de tempo também pode provocar o surgimento de estrias ou causar lesões

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Por Juliana Domingos de Lima
Atualização:
Asdietas restritivas forçam as células a trabalharem de forma econômica por conta da falta de nutrientes Foto: Creative Commons

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O efeito sanfona é um fenômeno altamente difundido do universo do emagrecimento e sua imagem mental é autoexplicativa: ao fazer o movimento "para dentro" das sanfonas, o que se espera é não voltar à posição anterior. Mas o fato é que muitas pessoas têm uma relação de instabilidade com a perda de peso, que justifica o nome do efeito, do qual sofrem aqueles que recuperam boa parte ou mesmo todo o peso perdido quando voltam a se alimentar normalmente.

Isso acontece, explica a nutricionista funcional Elaine Pádua em entrevista ao programa Rota Saudável, da Rádio Estadão, porque "se alimentar normalmente" deveria ser a regra: as dietas restritivas forçam as células a trabalharem de forma econômica por conta da falta de nutrientes. Além disso, causam a perda de massa muscular, tecido mais ativo que o gorduroso, junto com a gordura. No processo de recuperar o peso perdido, provavelmente ganha-se também em gordura o que foi perdido em massa muscular. "Quando você não dá a quantidade de nutrientes necessária para o corpo trabalhar bem, ele vai fazer justamente um armazenamento que não deveria", diz. 

Outro processo que reverte os esforços de uma dieta "radical" é conhecido como efeito platô: se no começo o corte de nutrientes faz emagrecer com facilidade, depois de um certo ponto não se consegue mais diminuir o peso e mesmo mantê-lo se torna difícil. Por isso, mais do que contar calorias, a nutricionista recomenda melhorar a qualidade nutricional e prezar pelo equilíbrio na dieta.

O ganho do peso perdido em um curto período de tempo também pode provocar o surgimento de estrias ou causar lesões. Além disso, emagrecer e engordar de forma cíclica pode alterar algumas funções como as da tireoide, o colesterol e ser responsável os fenômenos dahipertrigliceridemia (aumento dos triglicérides no sangue) e da resistência à insulina, processos relacionados à diabetes.

Elaine insiste que o procedimento de cortar gorduras e carboidratos não é a melhor estratégia para perder peso. No caso das gorduras, consumir um pouco delas também é necessário pra as funções do organismo, no carreamento vitaminas, produção de colesterol e hormônios. Segundo ela, trata-se de escolher quais gorduras comer, ingerindo menos gorduras trans e saturadas, e mais gorduras "boas",como as poli e monoinsaturadas. Já submeter o corpo a um corte de carboidratos desencadeia um processo chamado gliconeogênese, quetransforma as gorduras e proteínas em glicose. A proteína é uma matéria-prima mais "nobre" do organismo do que o carboidrato. E atenção: abolir o carboidrato diminui a produção do triptofano e serotonina, sem os quais nos tornamos alvo do mau humor, desânimo e cansaço. 

"Adianta perder peso e o cabelo cair, a unha ficar quebradiça e a pele sem viço, ter mau hálito e não ter disposição nem concentração pra fazer suas atividades?", provoca. Uma dieta equilibrada é a melhor via de combate ao efeito sanfona. 

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