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Reflexões sobre histórias e clichês femininos

Sol de costas

É, minhas amigas. O verão está aí. E, como sempre, as pautas dos portais de comportamento são as mesmas: dica para você secar em 24 horas, dica para você ficar magra, o esporte da moda, a importância da hidratação, como cuidar do seu cabelo no sol, etc. etc. Tudo conhecido. O que ninguém fala é sobre a chatice que é ter de tomar sol de costas.

Por Marilia Neustein
Atualização:

Ora, cadê o povo gritando sobre a "ditadura da beleza"? Cadê os cartazes empunhados "não quero tomar sol de costas", "#medeixa" ou "#somostodasbicolores"? Sou totalmente a favor dessa campanha. Criticam-se as dietas, critica-se a depilação, o excesso de plásticas... mas nunca vi ninguém falar mal da chatice que as mulheres têm de enfrentar ao tomar sol de costas. Ficamos fervendo no sol com a cara colada na areia só para não ficar "bicolor". Não tem uma posição boa, dói o pescoço, um lado do rosto queima mais que o outro. E ainda tem calor que, muitas vezes, você recebe do reflexo da areia. Para mim, todo esse processo dura cinco minutos. É o máximo que eu aguento de sol de costas. Para tanto, aderi ao bronzeamento desigual há muito tempo. Sol nas costas só caminhando. Afinal de contas, tomar sol é um prazer. Ficar na beira da piscina, conversar com os amigos, dar um mergulho no mar, tomar uma caipirinha... E na hora de virar é aquele sofrimento. A pessoa se desloca e já dá o aviso: "Vou tomar sol de costas". Significa: agora não vai dar mais para participar, do mesmo jeito, da conversa. Afinal, estarei de costas para vocês, talvez me dê um pouco de sono, preciso me concentrar". Salvo quando o dia não está muito quente e você tem uma ótima revista onde enfiar a cara, tomar sol de costas é muito chato.

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Uma amiga, outro dia, em um belíssimo final de semana na praia, quando algumas estavam reclamando de ter de tomar sol de costas, afirmou -- esbanjando notom de obviedade: "Gente, não precisa! Vocês olham no espelho e veem o quê? É de frente que a gente tem de ficar bem". Eu sei, eu sei. Esse argumento não vale. Entretanto, para quem queria um subterfúgio para não ter de virar de costas e poder continuar curtindo um visual astronômico de lindo, caiu como uma luva. Olhou no espelho de frente e tá satisfeita? Ótimo. Não está? Tira o chapéu e dá um mergulho no mar.

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