Tudo por conta de mosquitos que resolveram se revoltar e alcançar o singelo apartamento no ... 15º andar. Nunca tivemos mosquitos. Nem nos dias mais quentes, nem nas noites mais tropicais. Mas agora eles chegaram em bando e provam que são extremamente resistentes.
Você está lá, pensando no ano que começa, tentando colocar as coisas em ordem para ver se consegue, finalmente, ter uma postura mais zen, colaborativa, ecologicamente correta, alfafa e tals, não é que eles chegam? Voam com vontade de tirar qualquer sossego. Quebram qualquer meditação, acabam com efeitos de ansiolíticos e imprimem uma sinfonia que beira o insuportável. Não adianta. Nem o mais fervoroso defensor dos animais consegue ficar tranquilo na presença do "zunzun" do inseto, do culex, aedes, muriçoca, pernilongo.
É só aparecer um mosquito que fica difícil se concentrar em outra coisa. Cadê a ética desses bichos? O que aconteceu com eles? Antes, só apareciam nos fins de tarde de verão e ao sentirem um cheirinho de citronela... saíam correndo. Essa leva mosquiteira, não. São verdadeiros rebeldes. Mosquitos que fazem motim, piquete e não obedecem nem o mais eficiente dos venenos de parede. Nada tem adiantado nessa pauliceia - que tem mais parecido um deserto misturado com selva amazônica. Não tem repelente, raquetinha da China ou mosquiteiro que dê jeito nos danados.
A casa, em um simples domingo, fica parecendo um campo de guerra. Os alvos atingidos pelo chão. Marido pulando pelos cômodos, chinelo na mão, você tendo contusões nas pernas para tentar criar armadilhas para os-tiram-sossego. No fim da epopeia, o casal está exausto no sofá. Nem vontade de ver o Netflix dá mais.
"Vamos tentar nos refugiar no ar-condicionado?", ele diz. É o jeito. Bandeira branca e, quem sabe amanhã, a gente consiga começar a colocar os planos em dia.