Porque tem horas que só um chocolate -- ou suas variações -- resolve. Quantas noites não passamos com as nossas amigas, chorando dores de amor, acompanhadas de um pacote de Calipso e muita comédia romântica com final feliz? E quando dá tudo errado no seu dia? Teve briga com o chefe, a reunião foi uma droga, o carro quebrou...e você, respirando fundo antes de ligar para o seguro e chorar, entra em uma padaria e compra um sonho gigante? É, tem horas que só o chocolate resolve mesmo.
Quando nos entregamos a essa tentação do açúcar é como se estivéssemos respondendo para o mundo: "Ah, não vai me dar o que eu quero, é? Ó que eu vou sucumbir à torta de maçã com canela, hein? Quer ver quem é melhor?". Competimos com a tristeza. E, na briga entre a melancolia e o chocolate, o segundo sempre vai ter seu lugar assegurado no universo. A dor passa, mas a lembrança do dia em que, num rompante de choro e fúria, você resolveu acabar com o pote de Nutella, fica para sempre.
O doce é nosso fiel companheiro. Se o uísque é o "cachorro engarrafado", como diria Vinícius,poderíamos dizer que o chocolate é o nosso "cãozinho empacotado". Nossa bolsa de água quente em dias de TPM. O consolo para as frustrações cotidianas. Comer um bolo quentinho no meio da tarde ou um bem casado depois de um fim de noite cura qualquer mau-humor, pé na bunda, demissão ou voo cancelado.
Que os nutricionistas, profissionais de saúde ou blogueiras fitness não me escutem. Mas eu digo: nãolutem contra isso. Permitam-se. Com direito a muito colo, comédias românticas e eterna fidelidade aos pacotes de chocolate.