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Reflexões sobre histórias e clichês femininos

Cumplicidade de irmã

Irmãs dividem o guarda-roupa sem realmente dividi-lo. Quem nunca estragou uma peça de roupa da outra, sem querer, e teve que arcar com o prejuízo? Quem nunca ficou horas revirando o armário atrás daquela nova blusinha preta que, na verdade, já estava no corpo da sua irmã - sem que ela tivesse pedido emprestada?

Por Marilia Neustein
Atualização:

Tem coisas que só existem em uma relação entre irmãs. Da competição à cumplicidade, há certos olhares, sentimentos compartilhados e manifestações de proteção que são próprios da fraternidade feminina. Sorte de quem, como eu, tem uma irmã companheira. Conheço muitas amigas que também têm uma relação bem próxima com as irmãs. Não que seja fácil - afinal de contas, mulheres juntas são sempre sinônimo de intensidade. Mas é um amor puro. Porque essa coisa de irmã está grudado na gente. Dividir um quarto, a casa, o controle remoto da TV e o colo dos pais é algo muito íntimo. E antigamente, a gente ainda tinha que disputar o telefone de casa - quando uma estava pendurada na linha, a outra queria usar -, brigar pela ordem do banho e por direitos iguais: ganhar a chave de casa com a mesma idade da outra.

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Irmãs aprendem e ensinam as coisas mais ecléticas possíveis: maquiagem, pulseirinhas de miçanga, enrolar brigadeiro, mexer no photoshop, expressões em inglês, tocar violão, escrever um e-mail para o chefe, fazer papinha para o filho. Não importa se mais velha ou mais nova, irmãs que têm essa habilidade da troca conseguem superar o ciúme, as irritações cotidianas e desenvolver um vínculo muito diferente de qualquer outra relação. Não tem nada a ver com amiga, com irmão homem, com o resto da família: é coisa de irmã.

Não dá pra falar sobre esse sentimento sem comentar um certo código de comportamento pouquíssimo usual. Irmãs dividem o guarda-roupa sem realmente dividi-lo. Quem nunca estragou uma peça de roupa da outra, sem querer, e teve que arcar com o prejuízo? Quem nunca ficou horas revirando o armário atrás daquela nova blusinha preta que, na verdade, já estava no corpo da sua irmã - sem que ela tivesse pedido emprestada? Cada família tem sua ética, claro, mas o armário comunitário de irmãs, sabemos, é também o consolo para noites desastrosas e histórias bonitas. Blusas da sorte, botas parceladas juntas no cartão de crédito, calças esgarçadas por uma, camisas manchadas por outra. Para tudo dá-se um jeito.

E tem o manifesto da fraternidade parceira: sempre defender sua cúmplice nas brigas com os pais, ajudar a minimizar as coisas ruins (términos de namoros, problemas no trabalho, frustrações diversas), ter sempre assunto para conversar, avisar das liquidações e, acima de tudo, proteção. Poder contar com o conforto de sua irmã, ali do seu lado, é um privilégio. É amor puro.

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