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Retratos e relatos do cotidiano

Interminável dezembro

Estou, oficialmente, pedindo arrego.

Por Ruth Manus
Atualização:

Tô precisando ver no relógio o fim do expediente.

E ficar alheio, indisponível, ausente.

Tô precisando do barulho do zíper fechando a mala.

E de sala de embarque, conexão, escala.

Tô precisando do peso da pálpebra fechando o olho.

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E ficar de boa, de cama, de molho.

Tô precisando de cheiro de filtro solar.

E ir pro sol, pro frio, pro bar.

Tô precisando do som das tardes vazias.

E olhar pro céu, pras noites, pros dias.

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Tô precisando ouvir música ruim.

E de brigadeiro, tapioca, quindim.

Tô precisando baixar a frequência.

E me permitir deslizes, indisciplinas, imprudências.

Tô precisando abraçar gente amada.

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E de exagero no churrasco, na cerveja, na feijoada.

Tô precisando de outros cenários.

E mudar de roupa, de eixo, de itinerário.

Tô precisando de alguma calma.

E lavar o carro, o rosto, a alma.

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Tô precisando (logo) do fim do mês.

E me desligar de tudo, de novo, de vez.

Tô precisando da noite de 24.

E encher a taça, o saco do primo, o centro do prato.

Tô precisando da noite de 31.

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E atentar para meu melhor compromisso: nenhum.

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