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Crônicas do cotidiano

Amor, tô de TPM!

Eu amo minha namorada. Sério. Poderia até gastar horas e horas, linhas e linhas a fio para falar daquilo que prefiro manter no sigilo das cartinhas, dos bloquinhos escondidos e das nossas caixas de e-mail. Mas como homem, e acima de tudo ser humano, com limiar até de tolerância, devo dizer que não é fácil aguentar suas crises de TPM. É uma semaninha ordinária no mês, em que qualquer gota lançada ao mar vira motivo para despertar uma tsunami que, possivelmente, vem para te engolir. É a semana de testar a paciência e as destrezas no reflexo para se esquivar das ofensivas desnecessárias que alguns nanolitros a mais de progesterona trazem de bandeja para a mulher despejar na gente.

Por Ricardo Chapola
Atualização:

E por mais que eu não entenda bulhufas de picos hormonais, pílulas, tabelinhas e os raios que as partam, preciso assumir que, amor, eu também tenho TPM!

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Ao contrário de vocês mulheres, minha TPM não me custa nada em absorventes, consultas médicas e remédios, exceto um pouco de gastrite nervosa, talvez a substituta de suas cólicas. O que há em comum entre nossas tensões é exatamente o T, cuja alcunha só serve pra esconder a carga de estresse que, para as mulheres, resulta de desníveis hormonais; para mim, de uma infeliz escala de plantão. Entenda por: churrasco, futebol, cervejinha e cinema no fim de semana, nem pensar.

Evidentemente, minha TPM não é uma tensão provocada por nada de hormônios - talvez por um pouquinho sim, vai. Minha Tensão de Plantões Mensais, como o próprio nome já diz, corresponde ao meu período em que distribuo patadas aos quatro ventos tal como minha namorada faz a troco de qualquer brecha que eu dê nos dias de sua TPM. "Por que chegou atrasado? Tava falando com a fulaninha já?", ou "Bebeu 5 cervejas, Ricardo? Você sabe que eu num gosto que você beba". Pff, um saco.

Há pouco tempo, no entanto, tão logo diagnostiquei minha TPM, constatei também que em dois dias atinjo sua epifania retribuindo as delicadezas ao grau em que as recebo: tendo uma breve amnésia dos bons tratamentos [até os dados à namorada].

Dizem por ai que o entendimento é ainda mais fácil quando duas pessoas falam a mesma língua. Até onde sei é mesmo. Só não sei se no idioma da TPM, com tantas farpas cruzando o caminho.

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Vou é torcer para que a lógica prevaleça e minha namorada me entenda. Entende né, amor?

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