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Infotenimento sobre cultura pop e vida moderna

O desequilíbrio mental causado pelas apresentações pré-E3

Por Gus Lanzetta
Atualização:

Antes que o mundo seja acometido por uma grande E3, todos devem rumar a grandes templos e serem coletivamente impressionados por coletivas de imprensa.

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Ficou claro bem cedo que, mais do que nos outros anos, nós veríamos uma versão caleidoscópica das ideias de outros anos. Um reflexo que é quase igual, mas um pouco desorientador.

Phil Spencer abriu a coletiva da Microsoft falando que estávamos todos de luto (porque pegou muito mal a EA não mencionar o massacre de Orlando, então todo mundo tinha que fazê-lo). Segundos depois, fãs desmiolados deliberadamente postos em lugares centrais do ginásio e preparados para vibrar demonstraram todo o seu luto ovacionando um vídeo de Gears of War 4.

O mesmo Spencer fechou a coletiva falando que havia sido a maior "line-up" da história da Microsoft... A exata mesma frase que ele usou ano passado se valendo da tecnicalidade da compatibilidade com o Xbox 360 lhes pontuar quase 100 jogos em uma tacada.

Na coletiva da Ubisoft, Yves Guilemot exigiu ser apresentado três vezes aos seus súditos enquanto a gente via mais do mesmo. Títulos conhecidos, formulas batidas e o desejo imutável da Ubisoft de que sejamos consumidores que agem somente do jeitinho que eles escreveram no roteiro do que é basicamente um comercial. A técnica de enfiar funções de socialização online em jogos sem nem parar pra pensar se eles são experiências divertidas e boas e só te empurrar pra compartilhá-las com seus amigos parece ser o futuro pra eles. Por isso eles mostraram um jogo online de múltiplos esportes num ambiente definido pelo seu clima e topografia... Deu muito certo pra Mania Planet, que eles cancelaram sem alarde quando ninguém jogou.

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A Sony investiu pesado em parecer uma fantástica fábrica de sonhos, que - assim como a de chocolate - parece produzir muitos pesadelos. Foi rápido, intenso e, ao final de uma hora e quinze, demorei mais uma hora pra perceber que tinham me sentado num teatro pra ver trailers e só. Foi como acordar em um bordel tailandês sem minha carteira, me senti enganado, mas é meio que a razão pela qual todos viemos pra cá.

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