A primeira definição para fazer um projeto parte do seu conceito, ou seja, a ideia que ditará grande parte das mudanças a serem realizadas. Neste início, a conversa inclui, sobretudo, questões mais subjetivas, como personalidade e hábitos dos moradores. Tudo é permitido até que se comprove sua possibilidade de execução.
(Anelisa Lopes escreve sempre às terças. Acompanhe alguns de seus projetos e referências no Instagram: @a81_design)
É neste momento em que os clientes costumam dividir quais são os estilos de decoração (sim, na maior parte das vezes, ele não fica restrito a um só, principalmente se for um casal ou família) que curtem e gostariam de ter em suas casas. E às vezes vem tudo junto e misturado: industrial com clássico, vintage com provençal, escandinavo com rústico... Começa o desafio do designer: unir estas preferências sem fazer do projeto uma salada mista, com seu toque pessoal e, claro, funcionalidade.
Ao longo das décadas, os estilos de decoração sofreram influência direta da arte, moda e até da política. Foram muitas mudanças desde que o "habitar" passou a se tornar uma preocupação por parte de moradores, que passaram a investir em designers, arquitetos e decoradores. A partir dos anos 80, época em que a ostentação da riqueza das casas passa a ser nítida, percebe-se com clareza a evolução destes estilos, muito bem definidos e com características peculiares.
Hoje em dia, alguns estilos se tornaram referência: os românticos gostam de aderir ao provençal, inspirado nos palácios franceses (a poltrona Luis XV é um exemplo fiel deste estilo); os minimalistas apreciam uma pegada industrial, resultado direto da decoração dos galpões de Nova York que passaram a ser usados como residência a partir da década de 70; para quem gosta de elementos vintages, as casas dos anos 50 e 60 são uma ótima fonte de ideias; já o estilo escandinavo, em alta atualmente, prega o uso de poucas peças, mas de excelente qualidade; o rústico, por sua vez, trabalha com materiais nobres, como pedra natural e madeira.
Atualmente, os projetos têm se mostrado mais limpos e funcionais, independentemente do estilo escolhido. Os apartamentos menores, sobretudo os studios de 30 a 40 metros quadrados das grandes cidades, exigem mais praticidade e funcionalidade. A boa notícia é que, cada vez mais, é possível deixar o lar com a cara do morador, sem se tornar refém de modismos ou aderir a influências com prazo de validade como antigamente.