Parece.
Esse tipo de comparação é feito praga, que brota sem a gente saber de onde vem. Andei pensando: será que a gente aprende a se comparar ou a ser comparado desde cedo?
Pode ser.
"Seu irmão não fazia isso quando tinha a sua idade"; "Você se comporta muito melhor que ele."; "Seu primo aprendeu a ler com 4 anos."; "Seu desenho ficou lindo, mas ele caprichou mais."; "Você é linda, mas tem o pé feio"; "Joga muito bem, mas aquele outro lá é melhor." Ixi, diga aí se a lista não é longa?!
Ninguém merece.
Porque a gente cresce e o martírio não desaparece. Pensando bem, piora. Tem sempre alguém que faz melhor, mesmo que você se esforce e se dedique com toda a sua capacidade e o seu coração. Tem sempre alguém que está melhor. Tem sempre alguém que se deu melhor. Sempre terá. Pelo menos, aos nossos olhos e, principalmente, quando a gente não está bem.
Mas o que dá errado (para os outros), a gente quase não vê.
Pode ser que você nunca tenha se sentido pra baixo, ao olhar pro lado. Pode ser que, assim como eu, dependendo do lado para o qual você olhe, só agradece. É, porque tem tanta coisa ruim no planeta, no país e até nas famílias que, cá entre nós, muitas vezes, só nos cabe agradecer.
Mas isso não é a tal comparação.
É saber valorizar. É o contrário do que faz a gente se entristecer e sofrer. Ser capaz de dar valor para as pequenas coisas, que também são grandiosas, faz a vida ficar bem melhor: um dia de tempo bom, um corpo sem dor, filhos saudáveis, liberdade. Ser cercada de amor. Ter amigos de verdade. Poder escolher. Continuar ou interromper.
* No vídeo, eu conto uma história surpreendente que aconteceu com a minha filha de 5 anos que, com sabedoria, escapou de uma comparação que só a faria sofrer. Tá curtinho. Assista.
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