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Comportamento, saúde e obesidade

Opinião|Criança também tem compulsão alimentar

Pequenas mudanças refletem diretamente na manutenção do peso saudável

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Foto do author Luciana  Kotaka
Atualização:
 Foto: Estadão

Antigamente as crianças gordinhas faziam muito sucesso, pois era sinônimo de saúde. Hoje sabemos que cuidar do peso de nossos baixinhos é extremamente importante, pois além dos problemas de saúde física, os quais a obesidade pode ocasionar, o emocional pode ser muito afetado.

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Cientistas e estudiosos do mundo todo se mobilizam em busca de um tratamento efetivo contra a obesidade, mas ainda hoje não temos nada conclusivo. Sabemos que devemos oferecer comida de qualidade aos nossos filhos e proporcionar momentos que possam se exercitar, sendo jogando bola, dançando, andando de bicicleta, com o cachorro da família ou até andando de patins. Quanto mais essa equação comida saudável e atividade física andarem juntas, melhores os resultados em relação ao peso das crianças.

O nosso corpo não é um relógio que funciona certinho, existem variáveis que influenciam muito no ganho de peso se fazendo necessário rever a forma de cada família pensar e lidar com a criança que está ganhando peso.

A falta de tempo e a praticidade acabam se dando as mãos, pois muitas vezes a comida que é rápida e pré-preparada facilita o dia a dia corrido, comprometendo a saúde de todos na família, não somente da pessoa que apresenta ganho de peso.

Muitos pais me procuram em busca de uma solução e quando vamos entrando na rotina da criança identificamos que na verdade não há uma mobilização real em torno da queixa, isto é, não se favorece que os filhos pratiquem mais atividades que os façam perder peso e nem mesmo ofertam comidas saudáveis, e sim pesadas, sem frutas, verduras e legumes.

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É importante que se encontre um tempo para cuidar do que se consome em casa e até mesmo reservar um tempo no final do dia para passear com os filhos, brincar, dançar e fazê-los sair do sofá e do celular.

Com toda essa carga de alimentos que na verdade não nutre e não favorece a saciedade, a criança vai comendo e ganhando peso, muitas delas também apresentam crises de compulsão alimentar.

Nesse ponto além de ser imprescindível rever toda a dinâmica familiar e o modelo dos pais, sim, porque filhos imitam os pais, se a mãe não come verdura por que eu irei comer? Se meu pai não gosta de atividade física, por que eu tenho que fazer?

Se alguém da família também come errado e apresenta compulsão alimentar, um ou mais filhos, também podem seguir esse caminho. Nas histórias de consultório quase sempre os relatos envolvem mais membros da família ou mesmo o contrário, uma rigidez extrema com relação à forma de se alimentar.

Mudar a rotina familiar, as preferências e as formas de preparar a comida, não é uma tarefa fácil, mas pode se tornar prazeroso quando se chama os filhos para participar, assim como uma boa caminhada ou um jogo de futebol com os filhos pode se transformar em um momento de muita alegria e fortalecer o amor familiar.

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Opinião por Luciana Kotaka
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