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Um outro olhar sobre as notícias

Emma Watson, peitos (e sovacos) e o feminismo

A polêmica sobre a foto da atriz para a 'Vanity Fair' e a eterna tentativa de controlar os corpos das mulheres

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Atualização:

Emma Watson há tempos deixou de ser só a Hermione da série Harry Potter. Agora, além de atriz, é um ícone do feminismo. Embaixadora da boa vontade da ONU Mulheres, fez um discurso memorável no lançamento da campanha HeforShe, que pede a participação dos homens nas causas femininas. Criou um clube para ler clássicos feministas e obras de escritoras contemporâneas e espalhou 100 livros feministas no metrô de Londres, para incentivar a leitura. Fez até beatbox para um rap sobre a igualdade de gênero. E conseguiu dar um tom feminista à princesa do clássico A Bela e a Fera. Sua Bela é uma inventora, que cria uma máquina para lavar roupas para ter tempo para outras tarefas mais interessantes - como ler! Por essas e outras, Emma mereceu uma galeria com 8 momentos em que 'lacrou' na luta pelas mulheres.

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Mas ela vem sendo criticada na internet, acusada de ser menos feminista do que diz, de ser hipócrita. Os comentaristas de internet questionam:como Emma Watson pode defender as mulheres saindo de peito de fora em uma revista?

A publicação que gerou a polêmica é a Vanity Fair, que publicou um ensaio lindo, lindo, e um longo perfil da atriz em sua edição de março. São várias fotos em branco e preto, com um ar de rebeldia, e, em uma delas, Emma usa um colete que não cobre parte de seus seios.

Pronto. Foi o suficiente para que algumas pessoas ignorassem anos de compromisso da atriz com o feminismo. Mas Emma deu uma resposta maravilhosa, daquelas que dá vontade de usar uma sequência de emojis de palminhas.

O feminismo é dar escolha às mulheres. Não é uma vara com a qual você deve bater nas mulheres. É liberdade, liberação, igualdade. Realmente não entendo o que os meus peitos têm a ver com isso.

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Emma gostou do ensaio, não fez nada coagida, é maior de idade e tem o direito de expor o que quiser. Assim como muitas mulheres decidiram, durante o carnaval, expor seus seios. Cada uma à sua maneira, elas buscaram o direito ao próprio corpo - são protagonistas, não objetos.

Essa discussão me lembrou um comentário que sempre aparece nas redes sociais depois de qualquer conteúdo feminista: Ah, essas mulheres de sovaco peludo... Para essas pessoas, para ser feminista, não pode mostrar o peito. Para ser feminista, não pode depilar a axila. Sempre que isso acontece comigo, tenho vontade de postar uma foto do meu sovaco. Mas ninguém tem que dar satisfações sobre o que faz ou deixa de fazer nesse aspecto.

Eu diria que, para ser feminista, na verdade, é só fazer o que quiser com o próprio corpo (e os próprios pelos!). E deixar que as outras também assim o façam.

Nem tudo são flores. Esse carnaval teve peito de fora, teve liberdade, teve respeito, mas também, infelizmente, teve muito assédio também. Os relatos de violência sexual aumentaram 88% no carnaval deste ano, na comparação com o mesmo período no ano passado. Os dados são do Disque 180, da Central de Atendimento à Mulher. Vamos torcer para que o aumento tenha a ver com mais conscientização sobre a importância de denunciar - e não com um crescimento no número de casos.

Fazendo história. É nesta quarta, 8 de março, a greve geral das mulheres. Convocado no mundo todo, o movimento quer mostrar a importância do trabalho feminino, em casa ou fora dela. Já está sendo bem-sucedido por, no mínimo, levantar a discussão sobre a desigualdade de gênero.

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Te cuida, Trump. Não se sabe se a disposição é verdadeira, mas Oprah Winfrey parece não descartar uma candidatura à presidência dos Estados Unidos em 2020. A apresentadora sempre rechaçou a hipótese no passado, mas, em entrevista a David Rubenstein, da Bloomberg TV, abriu uma brecha. Disse: "Eu pensava, minha nossa, não tenho experiência, não sei o suficiente. Agora, fico pensando: Oh!" Sem experiência na política e sem conhecimento, Trump abriu a porteira para candidatos pouco usuais. O CEO da Disney pode se candidatar e há quem veja Mark Zuckerberg, do Facebook, como candidato, embora ele negue. A próxima campanha americana promete... E aqui, o que será que teremos em 2018?

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Hoje não posso, vou ao jogo da vovó. As mulheres são menos incentivadas a praticar esportes desde cedo. Talvez isso explique por que é tão difícil ver idosas se arriscando em quadras e campos. Por isso é tão emocionante ver a história das simpáticas velhinhas de Raleigh, na Carolina do Norte, que montaram o time de basquete chamado Fabulous 70's. Elas têm entre 75 e 81 anos e arrasam nas cestas. Assista à inspiradora reportagem do New York Post.

Bola dentro. Já falei de um projeto para multar propagandas que tratam as mulheres como objetos, mas fato é que há campanhas muito legais surgindo. Gostei dessa da P&G, com o mote #WeSeeEqual. Para terminar para cima!

Até o fim do mundo. Depois de ganhar o Grammy Latino e figurar entre os melhores álbuns de 2016 na lista do New York Times, A Mulher do Fim do Mundo ganha um clipe digno da força de Elza Soares.

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