Feijão SEM carne, todos os que gostamos de feijão comemos; feijão COM carne, nem todos os que gostamos de feijão comemos. E haja bacon!
Com isso os nossos cozinheiros, que antes reservavam o tempero animal para o feijão da feijoada, universalizam os interesses da indústria do abate. Eu poderia denominar essa opção ditadura da carne, decerto patrocinada pelos grandes frigoríficos nacionais, cujo garoto propaganda mais recente é Roberto Carlos, não à toa um cantor que flerta com a censura à liberdade de expressão, como fartamente os jornais noticiaram e noticiam no episódio envolvendo a sua biografia, assustadoramente recolhida das livrarias para, vá lá se saber, ser queimada? (Como dizia o poeta alemão Heine, e nunca é demais repetir, onde se queima livros, ao fim também se queima pessoas.)
Impedir que os vegetarianos escolham comer o seu feijão sem carne também é um atentado à liberdade. Vegetarianos do Brasil, uni-vos! E Roberto Carlos? Gosto daquela música dele: "quero que vá (tudo) para o inferno". Ops! Errei o refrão, que na verdade não tem o parêntesis.