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Crônicas filosóficas

Aforismos felinos

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Por Jair Barboza
Atualização:

Ando Hiroshige. Asakusa rice fields during the Festival of the Cock.

Fonte: Google imagens (Fitzwilliam Museum).

 

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AFORISMOS FELINOS

Aforismo é uma forma curta, direta e clara de exprimir um pensamento. O fato de ser curto não retira a profundidade daquilo que é expresso, pelo contrário, certos aforismos assumem em muitos casos, para os que lhe dão crédito, o estatuto de máximas para a vida. Intitulo esta parte dos meus textos numa homenagem ao mais metafísico dos animais.

Homem moderno tem medo de mulher

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Há quem diga que o homem moderno tem medo de mulher... Não concordo. Em verdade homens e mulheres encontram-se nos dias de hoje, em termos de comportamento, numa rota de colisão. A mulher emancipou-se e o homem não soube lidar bem com isso. O homem de hoje tem medo, isto sim, da rejeição feminina. Por quê? Porque a mulher, depois de emancipar-se, ganhou uma autonomia mercadológica que reforça o seu poder de decisão sobre qual macho escolher, tornando-a inclusive uma adversária na iniciativa da conquista, o que fere a masculinidade. Os homens (com exceção da malandragem) fomos e ainda somos pegos de surpresa por essa autonomia, e nos fragilizamos. Qual maior medo do homem senão ser rejeitado pela mulher que ele ama? O homem moderno se tornou o sexo frágil.

Visão de mundo

Sexualidade sem preconceitos. Liberdade de expressão. Respeito às normas. Legalização do consumo de drogas (cujo uso não recomendo) em locais restritos, incluindo-se aqui o consumo de álcool e de redes sociais, tais locais sendo inspecionados em vista  do recolhimento de impostos para ajudar os dependentes químicos. Respeito à natureza e aos animais. Energia atômica, que na equação custo-benefício ganha, a longo prazo, das outras formas de geração de energia. Fomento às artes e ao esporte. Medicina e hospitais de altíssima qualidade para todos.

A sorte

A sorte é caprichosa. Convém fazermos a nossa parte, prepararmos banquetes, para bem recepcioná-la quando ela chegar, pois ela aprecia isto; a quem não faz a sua parte, ela costuma desprezar. Todavia, devido ao seu capricho, ela pode desprezar quem fez a sua parte, e apreciar quem não a fez. Mas, na dúvida, faça a sua parte. E nunca esquecer: sempre escancarar portas e janelas para ela, convidando-a para ficar o tempo que quiser. Quando ela for embora, e depois da nossa agradecida reverência, pedir-lhe para que não tarde a voltar.

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