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'A História Bêbada': o dia em que o repórter virou figurante

Por Gabriel Perline
Atualização:
Dom Pedro II entediado no Facebook | Foto: Comedy Central

O protocolo de visitação a um set de gravações não costuma fugir do script: o repórter chega quando o trabalho já está em andamento, senta caladinho próximo ao diretor e seus assistentes, caminha pelo estúdio ou locação nos intervalos das cenas e bate um papo com a equipe ao final do trabalho. Quando o Comedy Central convidou o E+ para acompanhar as gravações de A História Bêbada - Drunk History, a ideia era deixar o bloquinho e a caneta de lado e fazer parte da história maluca que seria narrada.

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A série estreou no dia 10 de abril e segue uma dinâmica divertida. Um narrador convidado conta, à sua maneira, um episódio real da história do Brasil, e um grupo de atores reproduz as situações. Seria algo convencional se não fosse o fato de o narrador estar completamente bêbado, o que faz com que a história ganhe passagens e falas que não fazem o menor sentido com o contexto real.

O comediante Ben Ludmer narrou o episódio O Baile da Ilha Fiscal, que irá ao ar hoje, 8, às 23h. Tomou duas taças de champanhe e três cervejas, e a mistura quase o levou ao nocaute, a ponto de dizer que Dom Pedro II estava entediado no Facebook e colocar Amaury Jr. na cobertura social de uma festa organizada pela Princesa Isabel. Os atores, com ótimo timing para comédia, seguiram o roteiro à risca e criaram todo o cenário caótico e sem-noção proposto por Ludmer.

O narrador Ben Ludmer completamente bêbado | Foto: Comedy Central

A este repórter coube o papel de paparazzi. Foram cinco horas dentro de um casarão na Bela Vista, e participação em quatro cenas, gravadas entre três e quatro vezes cada. Minha função era basicamente fingir que estava fotografando as figuras centrais da história, fazer uma cara de surpresa aqui, outra de susto ali. Parecia algo fácil, até levar uma bronca (bastante sutil, por sinal) do diretor. Ser figurante, meus caros, não é tarefa para principiantes.

Numa cena que pedia expressões de susto e ironia em um curto espaço de tempo, percebi que deveria ter assistido a algum tutorial na internet antes de entrar no set ou ter treinado umas caras e bocas no espelho do banheiro. A chamada de atenção veio quando o paparazzi que vos escreve simplesmente parou de fotografar a chegada de Dom Pedro II e olhou (acidentalmente, eu juro!) para a câmera que filmava a cena. Erro primário. Bronca mais que merecida.

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Mas minha participação não foi uma completa tragédia. Percebi que consigo controlar o riso, qualidade fundamental aos atores (categoria em que não me incluo, ok?) que se propõem a trabalhar com comédia. A narração de Ludmer estava engraçada e era necessário ter autocontrole para não estregar a cena com uma gargalhada.

A propósito, vale dizer que eu não era o único marinheiro de primeira viagem. O clima entre a equipe era tão positivo que até mesmo os produtores, maquiadores, figurinistas e outros profissionais que estavam ali para desempenhar outras funções acabaram entrando na brincadeira e fizeram volume diante das câmeras - e não exigiram o cachê de R$ 140, diária paga aos figurantes profissionais contratados para este episódio.

A História Bêbada - Drunk History é produzida pela Mixer Films e tem apresentação e supervisão artística de Danilo Gentili.

Eu, à esquerda e de chapéu, tentando lembrar das aulas de teatro da terceira série para emplacar alguma expressão convincente | Foto: Comedy Central
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