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Impressões sobre a vida e seus arredores

Sexo oriental

A experiência de Magali

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Por Raul Drewnick
Atualização:

pixabay Foto: Estadão

Quando o sexo entrou na conversa de Vânia e Magali, o almoço mensal delas, que já parecia caminhar para a sobremesa rápida e o cafezinho, tomou novo rumo. Vânia pediu outro suco de laranja, Magali mais uma água mineral, e repentinamente as duas chegaram à conclusão de que tanto o chefe de uma quanto o da outra podiam esperar um pouco pela volta delas.

Vânia, que havia introduzido o tema sutilmente, perguntando a Magali como se chamava o rei inglês que tinha renunciado ao trono para se entregar a um amor proibido, ficou feliz quando a amiga, mordendo a isca, respondeu com outra pergunta:

"Não era Jorge?"

Vânia, que sabia muito bem qual era o nome do rei, disse modestamente:

"Ah, agora lembrei. Era Eduardo. Eduardo VIII, se não me engano."

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"É. Acho que era. Eu vi um documentário sobre ele. Quer saber? Acho que ele fez uma burrada."

"Eu também acho. Um trono é um trono, é ou não é? Nada pode valer mais."

"Não é esse o ponto. Às vezes eu vejo por aí mulheres que valem não um, mas dez tronos."

"Qual é o ponto, então?"

"O que eu quero dizer, Vaninha, é que aquele... aquele... Como era mesmo o nome dele?"

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"Eduardo VIII."

"O que eu quero dizer é que ele podia ter escolhido uma mulher um pouco mais caprichada."

"É verdade. Ela não era bonita. Mas eu li que ela era fera em técnicas sexuais do Oriente."

"Técnicas sexuais do Oriente? Me conta."

"Ah, são uns exercícios para estimular e aumentar o prazer."

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"Você diz aquela história de o casal se concentrar, entrar em transe e..."

"Isso."

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"Ah, essa não, Vaninha. Pode ser que com o rei e aquela mulher tenha dado certo. Comigo não deu, não."

"Você tentou, é?"

"Ah, faz tempo. Um rapaz, bonitão, me lançou charme e, quando eu fui ver, já estava no apartamento dele. Aí ele veio com esse negócio de técnicas orientais. Nós fomos para a cama e ele pediu que eu fechasse os olhos e me concentrasse, porque ele ia se concentrar também. Quando a gente chegasse ao ponto, ele disse que ia ser bom demais. Eu fechei os olhos e quando acordei, duas horas depois, olhei para o lado e vi o cara roncando. Então eu me vesti e fui embora. A experiencia valeu só para uma coisa."

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"Para o quê?"

"Agora, quando tenho insônia, eu penso no tal sexo oriental, entro em transe e durmo na hora."

 

 

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