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Impressões sobre a vida e seus arredores

Falando de prazer

Frases sobre esse quase sinônimo de felicidade

Por Raul Drewnick
Atualização:

pixabay Foto: Estadão

# Corrupção por corrupção, prefiro a do sexo. Que prazer há em manusear um pacotão de dólares?

# Quem vê o rosto do Amor não acredita que seu maior prazer seja esfolar cordeiros.

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# Quem mais o Amor gosta de contradizer são os homens que se dizem maduros. Ah, o prazer travesso com que ele os faz de cavalinhos, os chicoteia e manda-os relinchar e escoicear: hip, hip, vai, égua.

# Muitas vezes, a volúpia de ser traído excede o prazer de ser traidor.

# Que singular prazer desfrutam aqueles substantivos que só se usam no plural. Aquele nariz empinado das férias, dos óculos, das alvíssaras.

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# Viver é apenas fazer tudo aquilo que nos cabe por dever ou por prazer, antes que viver acabe.

# Esgueirar-se pelas estantes de um sebo é às vezes um prazer leve como uma pescaria e outras vezes tão excitante quanto uma busca sexual. Vi um dia um setentão no canto menos iluminado da sala apalpando um livro de Erica Jong e falando baixo com ele.

# Pelo prazer do castigo, transgredimos as normas que o Amor nos impõe. Se ele tenta ser magnânimo e diz não saber onde está seu chicote, nós o achamos, ainda que ele o tenha escondido na última das gavetas, ali onde guarda também o certificado de propriedade do nosso corpo e da nossa alma.

# Acredito mais nos que escrevem por prazer, principalmente naqueles em que o prazer tem raízes no masoquismo.

# Ia fazer uma frase de efeito e dizer que os únicos problemas que a literatura costuma resolver são os dos editores. Como, porém, eles vivem desmentindo isso e proclamando-se falidos, vejo-me obrigado a supor que todos na indústria do livro trabalham com prejuízo, pelo inigualável prazer de servir bem aos leitores.

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# O Amor deveria ser, para nós, assim como um brinquedo é para um menino: dar prazer pelo tempo exato e ser substituído por outro, e depois por outro, e por outros sucessivamente, para não poder se tornar um ursinho velho e estropiado no fundo de uma caixa de papelão.

# Ele acompanha as manobras do Amor. São precisas, sincronizadas, perfeitas. Sem interromper o prazer de engoli-lo, ele começa agora a verter lágrimas de crocodilo.

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