Hoje vamos falar a respeito de uma qualidade que está um pouco fora de moda: a temperança.
Apesar de pouco comentada nos dias atuais, essa competência é de extrema importância para o destino de nossos filhos.
No clássico mito grego do Rei Midas vemos que ele já era muito rico, porém estava insatisfeito e queria acumular mais e mais riquezas.
Um dia chega um "gênio" e, após ter sido bem tratado pelo rei, concede-lhe realizar um desejo. Imediatamente o rei pede o poder de transformar em ouro tudo em que pusesse as mãos.
O gênio concede-lhe este dom e o rei entusiasmado começa a tocar em todas as coisas e transformá-las em ouro. Fica riquíssimo, mas logo se apercebe que a comida e a bebida também se transformam em ouro e até a sua filha, Phoebe, vira uma estátua dourada. Ao mesmo tempo ele vai ficando cada vez mais isolado.
- "Sou o homem mais desgraçado e infeliz do mundo!" - começa a se desesperar o rei.
- "Perdi aquilo que na verdade tinha mais valor!"
Então o gênio reaparece e consegue livrá-lo da maldição gerada pelo seu afã de possuir coisas e pela sua falta de temperança.
Esse mito continua atual e pedagógico para nós, pais e educadores, em nossa sociedade consumista e hedonista.
A temperança ajuda nossos filhos a desenvolverem autodomínio e a apreciarem as coisas e realidades na medida certa e, por isso mesmo, de maneira plena. Também a desenvolverem uma escala de prioridades equilibrada, que faz com que aprendam a perceber e valorizar o que realmente é mais precioso.
Em função disso, pais que tentam satisfazer todos os desejos das crianças e evitar qualquer frustação acabam causando danos a elas. A superproteção, que muitas vezes pode nascer do carinho e da afeição pelos filhos, acaba se mostrando prejudicial e até mesmo uma forma de desamor. Crianças que não têm limites e não são exigidas vão ficando cada vez mais insaciáveis, caprichosas e débeis. Os pais, em seu desejo de evitar sofrimentos, acabam fazendo o contrário: com que os filhos sofram muito mais porque não têm temperança e domínio sobre si mesmos.
Além disso, o excesso de bens materiais faz com que queiram ter cada vez mais sem jamais conseguirem suprir seu vazio e desequilíbrio interior.
No trágico mito, o rei Midas reconheceu e retificou o seu erro.
Nós também sempre podemos corrigir nossas falhas na missão de educar.
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