Elle era mais velho, descobrira o amor muito antes, casou cedo, teve filhos com sua esposa, uma vida confortável, sua própria empresa e sua vida ia bem.
Ella começava a descobrir as belezas e tristezas de um casamento, dia após dia. Ter de sustentar a casa, marido desempregado, contas a pagar, brigas constantes. O amor escoava pelo ralo, não mais em gotas, mas em grandes quantidades junto com as lágrimas, durante o banho.
Elle trabalhava com Ella e era a pessoa em quem mais confiava. Seu melhor amigo. E também quem a ensinou tudo sobre o trabalho, desde o inicio. E já havia passado alguns anos, desde então.
Em determinado momento, Ella descobriu que seu marido havia virado um 'enfeite', no sofá da sala. As contas estavam todas pagas. E todo medo e aflição daquela responsabilidade, de cuidar de si mesma e da casa, havia passado. E trouxe apenas uma certeza: 'posso me sustentar e viver sozinha'.
A separação veio logo em seguida, sem maiores traumas, sem empecilhos e são amigos até hoje.
Mas Elle foi pego de surpresa, numa inocente brincadeira ao telefone. E Ella fez questão de dizer pessoalmente, mais tarde.
Não dá pra se contar o tempo que levou, mas do primeiro beijo, primeiro frio na barriga, ao primeiro encontro e hoje, já faz alguns anos.
Elles são felizes, muito felizes. Descobriram o verdadeiro amor juntos. O amor-amigo, compreensivo, sem cobranças, com respeito, lealdade, com saudade, mensagens escondidas e olhares de aprovação.
Elle se orgulha muito da pessoa que Ella se tornou. A profissional formada, da mulher que ele mesmo viu crescer, bem diante dos seus olhos.
E Ella? Ah, Ella se derrete, seus olhos brilham, sempre que fala dElle. O homem que sempre a apoiou e sempre deixou escolher seus próprios caminhos, no qual boa parte dos passos caminham juntos, lado a lado.
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