Quem já afogou as mágoas numa caixa de bombons ou se entupiu de doce depois de uma briga sabe como é difícil resistir à recompensa imediata que o açúcar traz. Na coluna Ideias no Ar, da Rádio Estadão, vamos conversar sobre como tentar fugir dessa armadilha.
Uma pesquisa inédita mostra que essa tendência a comer besteira quando estamos chateados tem a ver com a visão de futuro, com a perspectiva temporal mais especificamente. Assim, se estamos felizes, de bom humor e tranquilos, não temos uma preocupação imediata e podemos exercitar o raciocínio abstrato, pensando no futuro e nos benefícios de fazer escolhas saudáveis hoje em prol da boa saúde amanhã.
Mas quando estamos ansiosos, triste e inquietos, nossa mente se volta para o aqui e agora, tentando vislumbrar formas de resolver o que nos incomoda. Com isso, fica mais difícil pensar nos ganhos futuros de nossas atitudes e acabamos escolhendo a recompensa imediata.
Com isso abrem-se duas possibilidades de fugir do hábito de comer besteiras: a primeira, nem sempre fácil, é tentar melhorar o humor, seja conversando com amigos, buscando outras atividades prazerosas ou até mesmo tratando de uma eventual depressão; já a segunda pode ser menos complicada: se na hora da tentação conseguirmos fazer força e pensar no futuro poderemos fazer escolhas melhores.
Meryl P. Gardner, Brian Wansink, Junyong Kim and Se-Bum Park. Better moods for better eating?: How mood influences food choice. Journal of Consumer Psychology Available online January 2014