Desde que saiu do Centro de Controle de Zoonose (CCZ) de Piracicaba para dar continuidade ao tratamento dos ferimentos, causados no dia 2 de novembro ao ser arrastado por uma picape, o cão estava em uma clínica da cidade sob a responsabilidade da ONG Vira Lata Vira Vida. No dia 15/11 o quadro de saúde do Lobo piorou e na madruga do dia 16 acabou morrendo. O corpo do rottweiler foi levado para Campinas, para realização de uma necropsia, na tentativa de identificar a causa do óbito.
Lobo, em recuperação, na clínica Frasson - Crédito: Divulgação
Como o dono bicho era o motorista que dirigia o veículo que arrastou o rottweiler, ele está sendo acusado de maus-tratos e o seu advogado teria entrado com um pedido na Justiça para ter a posse do animal e realizar novos exames. Isso porque, até agora, não foram conclusivas algumas das análises feitas em Campinas. A solicitação da defesa fez com que o corpo retornasse ao CCZ, aguardando a decisão judicial, impossibilitando os responsáveis da ONG realizar a cremação do cão.
Na tarde de ontem, a entidade comunicou em seu site que recebeu a transferência do corpo do rottweiler, legalizada pela Procuradoria Jurídica do Município, e que o procedimento seria realizado em Campinas, naquele mesmo dia, às 20h, pela Eden Pet (www.edenpet.com.br).
Segundo Pedro Milani, um dos proprietários da empresa, que realizou a cremação do animal gratuitamente para a ONG, todos os passos do procedimento foram acompanhados de perto pelos representantes das entidades. "Os responsáveis do CCZ de Piracicaba registraram todos os detalhes, do transporte até a entrega das cinzas à presidente da ONG Vira Lata Vira Vida, que estava muito triste e abalada." As cinzas do Lobo foram colocadas em uma urna ecológica, biodegradável, que pode ser enterrada.
Imagem da urna utilizada para colocar as cinzas do Lobo - Crédito: Eden Pet
Em nota publicada no portal da organização, os representantes da Vira Lata Vira Vida convidaram todos que acompanharam a história do Lobo a comparecer a homenagem realizada hoje, lembrando que, se ele estivesse vivo, "estaria se recuperando no abrigo, ao lado dos funcionários, cuidadores, veterinária e voluntários". Segundo a presidente da ONG, as cinzas do Lobo voltaram a Piracicaba e foram enterradas em um espaço do abrigo para que ele seja sempre lembrado. "Um animal que mobilizou todo o país a pensar sobre a violência e a necessidade de se rediscutir as leis e punições aos autores de maus-tratos."
A última informação divulgada no site Vira Lata Vira Vida relata a despedida:
Rafaela Rielli Penachi, a médica veterinária do CCZ de Piracicaba que deu o primeiro atendimento ao Lobo, foi quem colocou a caixa com as cinzas no jardim - Crédito: Divulgação
Imagem da ONG Vira Lata Vira Vida, onde a urna com as cinzas do Lobo foi enterrada Crédito: Divulgação