Na televisão, é comum acompanhar as "histórias de sucesso" de atores e atrizes que começaram a trabalhar ainda na infância, fazendo novelas. O The Voice Kids pode ser mesmo uma fofura. E o Master Chef das crianças? Mas conciliar escola com trabalho, separar o real da fantasia ou ainda se submeter a um concurso em rede nacional pode não ser tão tranquilo assim para as crianças.
Lendo uma reportagem do projeto Chega de Trabalho Infantil, da repórter Raquel Marques, constatamos o que não é óbvio para todos: é preciso tomar muito cuidado quando se expõe uma criança ao trabalho infantil artístico.
O glamour, a fama e o dinheiro podem ser sedutores para as famílias, mas há consequências. Na reportagem, a repórter entrevistou o professor de teatro Marcelo Pato Papaterra, que foi enfático ao dizer:
"Quando uma criança representa, ela está ali inteira e por isso passa tanta naturalidade. Ela acredita naquilo e não tem a consciência de separar o que é real do que é personagem. Se para um ator formado, sem uma boa estrutura emocional, a interpretação pode acarretar danos psicológicos, imagine as graves consequências que não pode causar a uma criança, ainda em processo de formação?"
Como prova disso, está o ator Felipe Paulino, que protagonizou a cena mais violenta do cinema, de acordo com o site Pop Crunch. No filme Cidade de Deus, o garoto leva um tiro de Zé Pequeno. E o caso de assédio sexual sofrido por uma menina de 12 anos, no Master Chef, em 2015?
O trabalho infantil artístico pode ser permitido, desde que as crianças sejam protegidas. Para saber mais sobre este amplo debate, vale conferir a reportagem neste link.