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Por Redação
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 Foto: Estadão

 

A abertura oficial da Mostra Artefacto, para o público, é só na próxima segunda-feira. Mas quem quiser dar um pulo até a loja da Haddock Lobo já pode espiar o que 37 arquitetos e decoradores aprontaram, desta vez, com o mobiliário da marca.

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Como ocorre há 19 anos, o evento é uma espécie de vitrine assinada. Nos três andares, com 30 ambientes, quase tudo é da empresa. Mas quem for agora corre o risco de não ver, aqui e ali, detalhes como arranjos de flores e produtos de outros fornecedores, como tapetes, objetos e obras de arte, por exemplo.

Além das peças de catálogo, há as da nova coleção. "É o caso da poltrona New York, dos anos 90, que foi reeditada", conta o diretor criativo, Wair de Paula. Ele concedeu hoje, por telefone, a seguinte entrevista, em que fica claro: em nome de sua clientela consolidada, há pouco espaço para grandes inovações estéticas na Artefacto.

 

Plural - A Artefacto é considerada por alguns muito clássica e sisuda. Na nova coleção, haverá aposta em produtos mais arrojados?

 

Que exemplos daria dessas interferências?

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Patricia Anastassiadis, por exemplo, pegou um sofá que tinha dois assentos e os transformou em um. Além disso, criou vivos de seda preta no móvel, que ainda ganhou almofadas de encosto mais elaboradas. Já a Ana Maria Vieira Santos quis revestir uma chaise de que ela gosta com tecido de faixas contrastantes. A Débora Aguiar criou para a gente umas mesas...

 

Os clientes também podem fazer esse tipo de alteração?

Sim. Essa é a vantagem de ter uma fábrica. Só que a gente nunca tinha explorado isso na mostra. É a possibilidade de chegar a um produto único.

 

Por que motivo reeditar uma poltorna como a New York?

Primeiro porque a gente gosta, é um exercício de poder [risos]. Depois, como a Artefacto faz 35 anos, quisemos pegar um produto icônico do passado. Essa poltrona tem algo dos anos 40 e 50. É, ao mesmo tempo, clássica e aerodinâmica.

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O desenho foi retrabalhado?

Sim. O tempo passou e houve uma melhora na nossa tapeçaria. Ela vem revestida de couro e com linhas mais suavizadas . Os braços, que eram mais gordos, foram enxugados. Muito desse trabalho é da diretora de protótipos da marca, Marili Angioletto. Às vezes faço um croqui e logo ela vem com uma solução.

 

A empresa pensa em vender peças assinadas por grandes designers, uma vez que a maior parte dos produtos é desenvolvida internamente?

A gente tem uma questão, que é trabalhar só com peças exclusivas. Precisaria haver uma logística mais completa, para que vendêssemos, se esse fosse o caso, móveis exclusivos de uma Patricia Urquiola, por exemplo. Com a atual crise europeia e americana, pode ser. Está havendo uma enxurrada de ofertas de lá para nós. Mas, no momento, não há planos.

 

E quanto a um incentivo ao desenvolvimento do design nacional?

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Tivemos dois concursos nesse sentido. Nós temos uma estrutura grande por trás, mas muitas vezes os jovens profissionais têm uma necessidade de desenho que não se encaixa no perfil da nossa manufatura. Além disso, não gostamos de desenhos perecíveis. Você não vê uma Hermès fazendo grandes inovações. É complicado, para marcas consolidadas como a nossa, ir contra a corrente. Nossa clientela está consolidada. Mudanças estéticas, só pontuais.

 

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