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Comportamento, consumo e estilo masculino

5 arrependimentos na moda masculina

Apesar de mais contidos, os homens também já fizeram loucuras na moda

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Por Eduardo Vilas Bôas
Atualização:

A moda masculina, felizmente, traz consigo um legado pouco constrangedor. Digo isso porque os homens, ainda durante a Revolução Industrial, convencionaram que um estilo mais clássico, sisudo e monocromático seria o melhor uniforme para lidar com as novas pressões e responsabilidades sociais.

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Essa escolha objetiva acabou por delegar as evoluções estéticas (e frenéticas) da moda ao universo feminino. Trocar muito de roupa virou sinônimo de frivolidade e, por isso, a moda masculina pouco se alterou até os Anos 1970.

E antes disso, nada a declarar? Sim, a moda masculina teve seus tempos áureos e foi mais esplendorosa do que a feminina. A questão é que o os ciclos de troca eram muito mais lentos, daí as loucuras eram também mais comedidas.

E quais seriam os principais arrependimentos da moda masculina? Eu me arrisco a destacar cinco.

Codpiece: durante o Renascimento (XIV a XVI) os homens usaram um volume na braguilha chamado de codpiece ou porta-pênis. Como quase tudo do período, também foi símbolo social, indicando poder e masculinidade, logo, quanto maior o codpiece, maior era o prestígio do cidadão na sociedade. Imagine a competição de volume? Desnecessário!

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Moda Unissex dos Anos 70: eu sou super a favor da tal moda sem gênero (já falei dela aqui no blog), mas o que aconteceu nos anos 70 foi uma experimentação louca. A ideia inicial pautada num modo coletivo e comunitário resultou numa espécie de uniformização do vestuário que mais incorporou elementos do guarda-roupa feminino ao masculino do que uma troca propriamente dita. Os homens eram visualmente uma cópia das mulheres. Caricatos total!

Mulletes: o que foi aquele corte de cabelo Brasil?! Nos Anos 80 e início dos 90 foi muito usado por ambos os sexos e, no país, popularizado pelas duplas sertanejas. A ideia principal era explorar ao máximo o volume, o repicado no topete e a assimetria do corte. O resultado? Caos visual total. E ainda vejo gente usando esse corte até hoje (risos).

(à esq.) Patrick Swayze e Zezé di Camargo Foto: Estadão

Pochete: ainda nos Anos 80 as terríveis pochetes povoaram a cintura de muitos marmanjos e crianças. Mas serão eternamente peças desnecessárias porque trazem volume a região do abdômen e quebram a linha da silhueta achatando a pessoa. Eram especialmente feias, sem apelo visual - o enfoque era totalmente funcional. Hoje várias marcas e fashionistas tentam emplacar a peça novamente, repaginando o design, mas sem muito sucesso, graças a Deus!

Fim da liberdade pós Revolução Industrial: em nome de uma objetividade social o homem largou sua liberdade estética e, hoje, busca reconquistá-la. Antes usou livremente salto, peruca, vestido, brilho e muitas cores, hoje compreende que esses artifícios se alinham mais a sua expressão individual do que a sua capacidade profissional. Mas ainda não retomaram totalmente o controle da sua própria imagem - e esse é um processo lento.

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